domingo, 1 de julho de 2012

1.1. PLANTÃO PSICOLÓGICO E ACONSELHAMENTO!




Hoje bateu uma saudade dos plantões psicológicos do SIP, por isso vai essa postagem sobre o mote, baseado na minha prática no ano de 2010.


O termo plantão psicológico tem origem na língua francesa, do verbete “Planton”, que no sentido militar significa ocupar uma posição fixa, de alerta ininterruptamente. Outro significado dessa palavra remete a “planta do pé”, sendo assim entendemos que uma das definições de plantão psicológico refere-se a ficar plantado, esperando suas demandas. Ficar plantado não no sentido de um “castigo”, mas no sentido de disponibilidade, ou seja, o plantonista precisa estar totalmente disponível para acolher o paciente no momento em que for solicitado.
O SIP como lugar de nossa prática do Plantão Psicológico nasce para nós como um novo desafio, visto que não podemos adivinhar qual a demanda que pode surgir naquele lugar, assim como acontecerá num futuro bem próximo na nossa vida profissional. Um local favorável para o acolhimento do outro com seus questionamentos. Nesse sentido, o plantão psicológico se apresenta como modalidade de atendimento que vem privilegiar o suporte ao sofrimento emocional do sujeito que ao serviço recorre (Mahfoud, 1999).
O Plantão Psicológico tem caráter emergencial por isso atende as demandas emocionais imediatas. Mahfoud (1999) vem nos dizer que essa intervenção psicológica “acolhe a pessoa no exato momento de sua necessidade, ajudando-a a lidar com seus recursos e limites focalizando o atendimento nas coisas boas, colocando-a a disposição de acolher a experiência do cliente ao invés de enfocar no problema”.
Seguindo um pouco a proposta da disciplina, a qual nos recomenda entender o que no nosso futuro profissional se inicia agora de uma forma mais concreta, a partir dessa breve experiência. A clientela do serviço de Plantão Psicológico consiste em pessoas desorientados, que chegam aos prantos, ou pessoas que esperam vaga para psicoterapia e ate mesmo os indivíduos que querem apenas conversar, tirar dúvidas ou receber informações.
Diante disso, devemos ter sempre o compromisso de ajudar no aprimoramento e na conservação do tipo de proposta que experiênciamos. A prática nos proporciona uma “escuta diferenciada” e também nos promover um raciocínio clínico mais preciso desse modo ampliamos nossa visão ao exercício clínico.
Ao longo dos nossos atendimentos de Plantão Psicológico e de Aconselhamento deve haver envolvimento existencial, segundo Forguieri, consiste em... ”O terapeuta procura colocar entre parênteses”, ou fora de ação, as teorias, os conhecimento, conceitos e preconceitos que tiver a respeito do ser humano, para tentar então perceber o cliente tal qual se revela para ele, na vivência imediata entre ambos.
 Já o distanciamento reflexivo consiste num afastamento e diminuição de seu envolvimento com o cliente, para captar os significados e conhecimentos que a vivencia imediata gera entre ambos. Entre as mais variadas formas de acolhimento iremos sempre trabalhar com uma escuta diferenciada, ou seja, livre de representações, generalizações e pré-concepções, comprometida com a capacidade do cliente saber sobre si e que mobiliza o afeto e o pensar sobre a questão trazida. Nesse contexto concordo com Bonder quando ele fala:

“ A grande descoberta deste século para as ciências humanas é a descoberta terapêutica da escuta, Não há melhor entendimento que alguém possa prestar do que servi-los de ouvido para as falas baixas e quase imperceptíveis de nossa existência (BONDER, agosto 1998, p.1)

Escutar e ouvir nas práticas do plantão psicológico e também no aconselhamento são dois elementos indispensáveis no acolhimento. Quando falo em ouvir, quero dizer está presente, acompanhar e ficar atento, não só ao discurso do sujeito, mas sua expressão facial, sua forma de movimentar-se, de posicionar-se e ate mesmo a sua forma de falar, só assim poderemos atuar de uma forma mais competente, contribuindo com um possível alívio interno desse sujeito.

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