terça-feira, 29 de maio de 2012

Déficit de atenção e hiperatividade!




Déficit de atenção e hiperatividade pode continuar na vida adulta (Jornal Hoje)
Transtorno é mais comum entre crianças, mas metade dos casos continua após envelhecer. Tratamento é feito com remédios e não tem cura definitiva.
Se você se esquece de tudo, costuma perder as coisas e tem dificuldade para se concentrar e é sempre impaciente, pode ser portador do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O TDAH é mais comum entre as crianças, mas, segundo os médicos, metade dos casos continua na vida adulta. “Muitas vezes, você encontra um adulto que é abusador de álcool, usa drogas, a vida dele é um caos, não para em emprego, tem múltiplas relações, não consegue manter um relacionamento estável. Quando você entrevista vê que é um portador de TDHA”, diz o psiquiatra Paulo Mattos.
O tratamento do TDAH é feito com medicação, receitada por um psiquiatra. É um transtorno hereditário e não tem cura. “Em torno de 80% do transtorno é genético. Isso significa o seguinte: que há uma chance dessa pessoa ao ter filhos tenha um filho assim ou tenha um neto assim com essas características, então também deve aprender a lidar com isso”, afirma Flávia Sollero, psicóloga da PUC-RJ.
Celso Gorga é jornalista e tem 55 anos. Há oito anos, descobriu que é portador do transtorno. Durante décadas, teve que conviver com a ansiedade, a impulsividade e a falta de paciência. “Eu discutia na fila de banco: ‘por que têm 10 guichês e só dois caixas funcionando? ’. Coisas que outras pessoas conseguem superar numa boa. Eu tinha dificuldade e ficava muito irritado”, explica. Há algumas dicas simples que facilitam o dia-a-dia de quem sofre com o transtorno:
- Abuse de agendas e calendários para organizar tarefas e compromissos;
- Passe as contas para o débito automático;
- Deixe chaves, carteiras e telefones celulares sempre juntos, de preferência perto da porta de casa.
Celso segue todas essas recomendações e diz que, depois de começar o tratamento, virou outra pessoa. “Você vai tomar remédio pro resto da vida, mas você vai ter outro tipo de vida. E eu descobri o TDHA exatamente assim, através de uma reportagem que o meu filho foi levado ao médico, foi diagnosticado, e através dele, comecei meu tratamento”, diz.
Saiba mais
Para tirar outras dúvidas sobre o assunto, a psicanalista e psicopedagoga Josefina Cosomano participou de um bate-papo com os internautas. Confira abaixo os melhores momentos dessa conversa:


Transtorno

Essa nova geração tem conseguido se dar conta dessa questão muito cedo, pois estamos mais atentos a isso. Não é a televisão, internet e outras formas de comunicação que influenciam o problema. Muitos adultos carregam esse transtorno e não se dão conta disso ao longo da vida. Não entendem porque têm dificuldade de se relacionar e transportam essa questão para o outro. Quem apresenta TDHA tem muita energia, algo que a pessoa não consegue parar, e isso chama atenção. Esses adultos passam muitos anos sem se dar conta disso, até que chega um determinado momento e percebem que têm algo que não funciona. São pessoas que não conseguem terminar uma tarefa, não conseguem ficar paradas, geralmente não terminam um projeto. Também têm dificuldade em seguir regras.
Tratamento


É uma questão neurológica. Normalmente é indicado medicação, mas isso não faz com que a pessoa mude sua dinâmica. O paciente não tem consciência das perdas que ele já sofreu ou virá a sofrer. É uma questão de consciência, se você sabe que carrega este elemento a mais, irá trazê-lo para perto de si. Nós afastamos daquilo que nos atrapalha, achando que com isso vamos resolvê-lo. Quando trazemos essa questão e fazemos um trabalho de conscientização, iremos buscar as melhores ferramentas para contornar essa dificuldade.
Ajuda da família e amigos


No caso dos adultos existem algumas particularidades, pois, nesta fase ele já definiu seu espaço e o outro tem dificuldades de entender e lidar com a situação. Se você entende que a outra pessoa é mais agitada, não fique leve tudo que ela faz ou fala ao pé-da-letra, pois saberá que ela está sempre acelerada. Na escola é preciso conscientizar os pais e amenizar a angústia familiar. Não é que o filho não queira fazer algo, mas que existe algo mais forte que o filho. Quando se trabalha com crianças, um grupo de pessoas estão envolvidas. O professor precisa compreender que é importante acolher essa criança, sabendo que ela traz um transtorno para a sala de aula. Precisa entender que ela necessitará respirar de vez em quando, seja saindo da sala ou fazendo outra atividade.
Adolescência


Há um aumento no metabolismo e o jovem fica mais agitado nessa época, mesmo com medicação. Passada essa fase há uma diminuição do transtorno. Por isso, o trabalho psicoterapêutico é importante. Com o passar do tempo, a pessoa vai se dando conta de que forma ele pode lidar com essa condição.  Ela vai perceber que tem maneiras para se controlar, para criar esse freio.

Hiperatividade


Quem tem hiperatividade geralmente tem déficit de atenção, pois muitos detalhes passam e não se tem consciência disso. Algumas pessoas não têm hiperatividade, mas têm déficit de atenção, vivem avoadas, estão voltadas para dentro. É preciso tomar muito cuidado com o diagnóstico, para que não se faça um tratamento errado. O importante é entender quem é essa pessoa antes de rotular o que ela tem. Antes de levar uma criança a um especialista, é importante que os pais visitem um consultório primeiro e se sintam à vontade com o profissional. Isso tira da criança a angústia de conhecer alguém sem se sentir bem. Se os pais confiarem, os filhos ficarão mais à vontade.
O que é o TDAH?
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e frequentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.
Existe mesmo o TDAH?
Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.
Não existe controvérsia sobre a existência do TDAH?
Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente as mesmas idéias sobre todos os aspectos de um transtorno.
O TDAH é comum?
Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.
Quais são os sintomas de TDAH?
O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:
1)Desatenção
2) Hiperatividade-impulsividade
O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.
Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quando isto afeta os demais à sua volta. São frequentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande frequência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.
Quais são as causas do TDAH?
Já existem inúmeros estudos em todo o mundo - inclusive no Brasil - demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos.
Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.
O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios). Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões.
A) Hereditariedade: B) Substâncias ingeridas na gravidez: C) Sofrimento fetal: D) Exposição a chumbo: E) Problemas Familiares:

Dúvidas tiradas do site: http://www.tdah.org.br/index.php#
Bem interessante para psicólogos e interessados no assunto esse site!

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